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Agricultura transforma realidades em Betânia do Piauí e leva esperança a quem vivia em deserto alimentar

Num dos cantos mais desafiadores do sertão nordestino, um pequeno município com pouco mais de 6 mil habitantes está vivendo uma transformação silenciosa, mas poderosa. Betânia do Piauí, localizada a 500 km de Teresina, é um dos muitos desertos alimentares do Brasil — locais onde o acesso a frutas, legumes e verduras frescas é escasso ou inexistente.

Por muito tempo, a alimentação na cidade era baseada quase exclusivamente em arroz e feijão. Rúcula, couve, salsa e abóbora eram nomes desconhecidos para muitas famílias. Mas tudo começou a mudar com os “quintais produtivos” — hortas familiares criadas por meio de uma iniciativa da ONG Instituto Novo Sertão, idealizada pelo paulistano José Carlos Brito, o “Zé da Água”.

Desde 2019, mais de 45 famílias passaram a cultivar hortaliças orgânicas mesmo em meio à seca e à pobreza extrema. A tecnologia de baixo uso de água e a produção sem agrotóxicos vêm garantindo não só uma alimentação mais nutritiva, como também renda e dignidade.

O impacto ultrapassa o prato: relatos emocionantes mostram que a saúde mental e autoestima dos moradores também melhoraram. “Eu tomava remédio tarja preta. Depois do quintal, nunca mais”, conta uma das moradoras.

O caso de Betânia é emblemático: num país que figura entre os maiores produtores agrícolas do mundo, ainda há mais de 25 milhões de pessoas vivendo em desertos alimentares. A experiência da cidade piauiense mostra que a agricultura familiar, aliada à organização social, pode mudar esse cenário com soluções simples e eficazes.

A luta contra a fome não passa só pela produção em larga escala — passa, principalmente, por garantir acesso justo à comida. E em Betânia, esse acesso tem começado no próprio quintal.

Portal Alô Mídia

Fonte: G1

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