O número de trabalhadores domésticos com carteira assinada em Mato Grosso do Sul caiu 9% entre 2015 e 2024, acompanhando a tendência nacional de redução no emprego formal da categoria, segundo dados divulgados nesta quinta-feira (15) pelo Ministério do Trabalho e Emprego, por meio do Sumário Executivo da RAIS/eSocial.
Em 2015, o estado contava com 19.671 vínculos formais no setor doméstico. Em 2024, esse número recuou para 17.896, uma queda de 1.775 postos. No Brasil, o total de trabalhadores domésticos com carteira assinada caiu de 1,64 milhão para 1,34 milhão no mesmo período, o que representa uma retração de 18,1%.
Apesar da redução no número de vínculos, a remuneração média da categoria teve aumento real. Nacionalmente, o valor subiu 6,7%, passando de R$ 1.758,68 em 2015 para R$ 1.875,94 em 2024. Em Mato Grosso do Sul, o crescimento foi ainda maior, de 10,6%, com os salários médios saltando de R$ 1.582,97 para R$ 1.750,56.
O perfil dos trabalhadores formais no setor doméstico mudou pouco na última década. Em 2024, as mulheres ainda representavam 89% dos vínculos, uma leve queda em relação aos 90,5% de 2015. O recorte racial mostra que pessoas negras (pretas e pardas) continuam ocupando a maioria dos postos formais, com 54,4% dos vínculos registrados em 2024.
A queda no número de mulheres com carteira assinada foi de 19,6% no período, enquanto entre os homens a redução foi de apenas 3,5%. O levantamento também destaca o envelhecimento da força de trabalho: 45% dos empregados domésticos formais tinham 50 anos ou mais no ano passado. O grupo de 30 a 39 anos foi o que mais perdeu representatividade, com queda de 47,3%.
Em relação à escolaridade, houve avanços importantes. A proporção de trabalhadores com ensino médio completo subiu de 28,5% para 40,9% entre 2015 e 2024. O número de profissionais com ensino superior completo aumentou 70,8%. Por outro lado, os trabalhadores sem instrução formal caíram 46,8%, e aqueles com ensino fundamental incompleto diminuíram 41,1%.
As atividades de serviços gerais seguem predominando no setor, concentrando 76,8% dos vínculos formais em 2024. Outras ocupações relevantes foram as de babá (9,1%) e cuidador de idosos (5,8%). Ainda segundo o levantamento, 67,5% dos trabalhadores domésticos formais cumpriam jornadas superiores a 40 horas semanais.