27/09/2025 05:49

Projeto Carbono Neutro avança em MS com foco em tecnologia, uso do solo e energia limpa

Secretário, Jaime Verruck, comentou as ações efetivas realizadas pelo governo do estado / Foto: Mairinco de Paula

A construção de um Mato Grosso do Sul Carbono Neutro até 2030 está em curso, impulsionada por ações práticas que envolvem transição energética, recuperação de áreas degradadas, agricultura sustentável e mudanças no setor de transportes. As estratégias para alcançar essa meta foram apresentadas na última segunda-feira (29) pelo secretário de Meio Ambiente, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação (Semadesc), Jaime Verruck, durante a abertura do 7º Simpósio Repronutri – evento que discute a pecuária do futuro.

Durante sua palestra, Verruck traçou o panorama de uma pecuária que, em dez anos, deve estar fundamentada na inovação e em práticas de baixa emissão de carbono. “Ela será construída com base na tecnologia, na transição para técnicas inovadoras. Isso tudo é essencial para o Estado alcançar a neutralidade de carbono”, afirmou.

Um dos pilares da transição é a gestão eficiente da água e do solo. O setor agropecuário, especialmente a pecuária e o uso da terra, ainda responde pela maior parte das emissões de gases de efeito estufa no Estado. Para reverter esse cenário, Verruck destacou a recuperação de áreas degradadas como uma medida central. “Já houve progresso, com a substituição de aproximadamente cinco milhões de hectares de pastagens degradadas por áreas destinadas à agricultura”, explicou.

No campo da energia, o Estado também aponta avanços: 94% da matriz energética já é composta por fontes renováveis, como hidrelétricas e biomassa. Ainda assim, o transporte segue como um dos maiores gargalos.

“No que diz respeito ao transporte, o Mato Grosso do Sul depende significativamente do modal rodoviário, que consome diesel e, consequentemente, é o principal emissor de carbono, dado que toda a economia do Estado se baseia nesse sistema”, contextualizou. “Para mitigar esse impacto, três caminhos se apresentam: a substituição inicial do diesel pelo gás natural, a substituição do gás natural por biometano, que já está sendo produzido no Estado, e o investimento em logística, visando a transferência gradual do transporte rodoviário para o ferroviário, o que representa um grande desafio.”

Outro ponto de atenção está na própria cadeia produtiva da carne. Verruck citou o programa estadual que busca reduzir o tempo de abate dos animais como um mecanismo de controle de emissões. “Essa estratégia envolve o uso de práticas sustentáveis, a incorporação de melhoramento genético e a redução do tempo de abate, resultando em menor emissão de metano. O Estado incentiva os produtores que adotam tecnologia sustentável”, pontuou.

A redução do desmatamento também aparece como meta prioritária. “É um objetivo primordial. Implementamos a agricultura sustentável, anteriormente denominada agricultura de baixo carbono. O Estado se destaca como líder nacional na integração lavoura-pecuária-floresta, outro aspecto crucial”, destacou.

Segundo o secretário, o desafio mais urgente está na reestruturação do sistema de transportes. “Para alcançar nossos objetivos até 2030, visando a consolidação do Estado e a neutralização das emissões de carbono, que se dão pelo equilíbrio entre as emissões e a captura de carbono, devemos concentrar nossos esforços no setor de transportes. Este é, a meu ver, o principal desafio a curto prazo”, concluiu.

Redação