28/08/2025 06:55

Mato Grosso do Sul tem 3ª maior taxa de violência contra jovens do país

Lençol cobre corpo de jovem morto esfaqueado no Bairro Nova Campo Grande Foto: Marcos Maluf

O Mato Grosso do Sul figura entre os estados com maiores taxas de violência contra jovens no Brasil, segundo o primeiro Informe epidemiológico sobre a situação de saúde da juventude brasileira: violências e acidentes, divulgado nesta segunda-feira (25) pela Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz).

De acordo com o levantamento, a taxa de incidência de violência entre jovens de 15 a 29 anos no Estado é de 629,5 casos para cada 100 mil habitantes, a terceira mais alta do país, atrás apenas do Distrito Federal (696,1) e do Espírito Santo (637,8). O índice é mais do que o dobro da taxa da população geral, de 250,6 por 100 mil.


O estudo também aponta que, em Mato Grosso do Sul, as mulheres jovens enfrentam risco 50% maior de morrer por causas violentas em comparação à média nacional para a juventude feminina. Entre os homens, embora os índices sejam altos, não aparecem entre os maiores riscos do país.

No Estado não foi possível comparar os índices de violência entre regiões metropolitanas e não metropolitanas. Isso porque, segundo o critério do IBGE usado pelo estudo, o Estado não possui recorte metropolitano definido.

Além do Distrito Federal, Espírito Santo e Roraima (623,5), Mato Grosso do Sul aparece em um bloco de estados com taxas proporcionalmente elevadas de violência juvenil. Em contrapartida, Maranhão (137,7), Pará (215,4) e Piauí (217) figuram com os índices mais baixos do país.

Sobre esses dados regionais, a reportagem questionou a Sejusp (Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública), mas a pasta ainda não se manifestou sobre o caso.

Contexto nacional – O informe mostra que as mulheres jovens são as principais vítimas das violências notificadas pelo SUS, especialmente as de 15 a 19 anos. Já os homens são os que mais morrem em casos de violência letal, com taxa de mortalidade oito vezes maior que a das mulheres.

Para a Fiocruz, os dados reforçam a urgência de políticas públicas específicas para a juventude. “É preciso compreender como agressões e acidentes estão ligados às condições de vida e trabalho das juventudes brasileiras”, destacou a pesquisadora Bianca Leandro, da Escola Politécnica de Saúde Joaquim Venâncio.

Kamila Alcântara, Campo Grande News