O mercado pecuário brasileiro manteve a estabilidade nesta terça-feira (26/8), sem alterações no preço do boi gordo em 26 das 32 praças monitoradas pela Scot Consultoria. Apenas seis regiões registraram alta nas cotações: norte de Minas Gerais, oeste do Rio Grande do Sul, Pelotas (RS), Marabá (PA), Paragominas (PA) e sul do Tocantins.
Nas praças paulistas de Barretos e Araçatuba, referências importantes para o setor, a arroba do boi gordo seguiu cotada a R$ 310 para pagamento a prazo, sem oscilações nas categorias.
De acordo com a Scot, o dia foi marcado por especulações, com parte dos frigoríficos sem abrir compras, diante de uma oferta razoável de animais, escoamento lento de carne e escalas de abate alongadas.
O Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea) também apontou lentidão nas vendas, refletindo a resistência dos pecuaristas e a indecisão dos compradores no mercado spot. Apesar da estabilidade nos preços, os negócios efetivados foram escassos, com os frigoríficos aguardando um cenário mais claro para negociar.
Um dos principais destaques do cenário atual é a relação de troca entre boi gordo e milho, que atingiu o melhor patamar dos últimos anos, de acordo com o Cepea.
Em agosto, em São Paulo, 1 kg de boi equivale a 19,57 kg de milho, cerca de 4 kg a mais do que no mesmo mês do ano passado. Com base nas cotações do mercado futuro, a expectativa é que essa relação se mantenha favorável nos próximos meses, mesmo com leve redução.
Essa relação de troca impacta diretamente os custos da pecuária confinada, uma vez que o milho é o principal insumo da alimentação dos animais. O cenário é especialmente positivo neste período de intensificação do confinamento, favorecendo a rentabilidade dos produtores.
Além disso, o preço do milho influencia os custos de outros insumos usados na ração, o que tende a aliviar ainda mais o bolso dos pecuaristas.
Com frigoríficos cautelosos, escoamento lento da carne e uma oferta ainda controlada, o mercado do boi gordo segue em compasso de espera. A estabilidade nas cotações deve se manter no curto prazo, com os produtores atentos às variações da relação de troca e à movimentação da demanda interna e externa.
