Após um breve movimento de correção nos últimos dias, os contratos futuros de café arábica voltaram a subir nesta segunda-feira (26) na Bolsa de Nova York (ICE Futures), refletindo o comportamento do mercado diante de ajustes técnicos e fatores climáticos no Brasil. A commodity é negociada a US$ 3,7180 por libra-peso nos contratos com vencimento em dezembro, com alta de 1,05%.
Segundo Marcus Magalhães, analista da MM Cafés, esse movimento ocorre após um recuo expressivo nos preços do café robusta na Bolsa de Londres — movimento que acabou contaminando temporariamente o comportamento do arábica. “O preço do café vinha carregando uma gordura expressiva, pois a alta de agosto foi muito forte. Logo, podemos entender esse movimento como algo natural, de realização de lucros”, explicou.
Além disso, as chuvas recentes em áreas produtoras de conilon no Brasil também foram vistas como positivas pelo mercado, influenciando os ajustes nas cotações. Ainda assim, o momento é de atenção para os próximos desdobramentos da safra brasileira.
Agosto de alta expressiva para o arábica
O café arábica acumula valorização significativa: quase 14% apenas no mês de agosto e cerca de 38% nos últimos 12 meses. Magalhães destaca que o mercado pode estar em fase de acomodação, aguardando a evolução das floradas nas lavouras brasileiras, um fator-chave para a produtividade da safra 2026/27. “Esse é um momento de observação. O mercado olha para as floradas e para as condições climáticas que definirão o futuro da produção”, afirmou.
Cacau e algodão acompanham o movimento de alta
Além do café, outras commodities agrícolas também operam em campo positivo. Os contratos de cacau com vencimento para dezembro subiram 0,86%, atingindo US$ 7.609 por tonelada. A demanda aquecida e as preocupações com a oferta global continuam sustentando os preços da amêndoa.
O algodão também registra valorização nesta sessão. Os lotes negociados para dezembro subiram 0,54%, com o preço chegando a 66,15 centavos de dólar por libra-peso. A alta reflete o otimismo com exportações e possíveis ajustes de oferta.
Açúcar fecha em leve baixa
Na contramão do movimento, o açúcar demerara apresenta leve queda. Os contratos para entrega em dezembro caíram 0,37%, sendo negociados a 16,10 centavos de dólar por libra-peso. O recuo é atribuído a fatores técnicos e à expectativa de maior oferta global, especialmente com o avanço da safra no Centro-Sul do Brasil.
Mercado segue atento aos próximos passos do clima e da economia
O desempenho das commodities agrícolas segue fortemente influenciado pelas condições climáticas no Brasil e em outros países produtores, além das movimentações macroeconômicas globais. Para os próximos dias, os analistas recomendam cautela, uma vez que o comportamento das floradas, a evolução da safra e as perspectivas econômicas ainda podem trazer volatilidade aos preços.