O mercado do boi gordo apresentou movimentos distintos entre as regiões brasileiras nesta segunda-feira (8), com Mato Grosso do Sul registrando a maior cotação nacional da arroba a R$ 319,89. O valor contrasta com a pressão negativa observada em São Paulo, onde maior disponibilidade de animais prontos para abate pressionou os preços para baixo.
Cenário nacional diversificado
O mercado físico do boi gordo iniciou a semana em ritmo de acomodação, mas com comportamentos distintos entre as praças pecuárias. Enquanto alguns estados mantiveram estabilidade nos preços, São Paulo enfrentou quedas devido ao aumento da oferta de animais preparados para o abate.
As cotações registradas no início da semana demonstram essa disparidade regional:
- Mato Grosso do Sul: R$ 319,89/@ (maior valor nacional)
- São Paulo: R$ 311,42/@
- Mato Grosso: R$ 309,66/@
- Goiás: R$ 303,57/@
- Minas Gerais: R$ 298,24/@
Exportações como sustentação do mercado
As exportações continuam aquecidas e servem como principal fator de sustentação para o setor pecuário brasileiro. O analista da Safras & Mercado, Fernando Henrique Iglesias, destaca que as exportações permanecem como o grande motor de sustentação da arroba, com destaque especial para embarques destinados à China e ao México.
Segundo a Scot Consultoria, o boi gordo sem padrão-exportação e o chamado “boi-China” registraram recuo de R$ 3/@ nesta segunda-feira, fechando cotados a R$ 312/@ e R$ 317/@, respectivamente, valores brutos a prazo.
Pressões no mercado paulista
Em São Paulo, a retração dos preços ocorreu em meio a escalas de abate alongadas, que chegaram a até nove dias em média nacional, conforme levantamento da Agrifatto. A maior disponibilidade de animais prontos para o abate criou pressão adicional sobre os valores no principal estado produtor.
Apesar da entrada da massa salarial no início do mês – que tradicionalmente melhora o consumo interno -, a recuperação da demanda doméstica não foi suficiente para sustentar os preços no estado paulista.
MS em posição privilegiada
A liderança de Mato Grosso do Sul nas cotações nacionais reflete a força do estado no setor pecuário e sua estratégica posição para exportações. O valor de R$ 319,89/@ demonstra como o mercado sul-mato-grossense consegue se beneficiar tanto da demanda externa quanto de fatores logísticos favoráveis.
A diferença de mais de R$ 20 por arroba em relação a Minas Gerais, que registrou o menor valor nacional, evidencia como fatores regionais como proximidade de portos, qualidade do rebanho e acesso a mercados externos influenciam significativamente os preços.
Perspectivas do mercado
O cenário atual demonstra um mercado que, mesmo pressionado pela maior oferta em algumas regiões, encontra nas exportações um fator limitador para quedas mais intensas nos preços. A demanda internacional, especialmente dos mercados chinês e mexicano, continua proporcionando suporte aos valores da arroba.
Para Mato Grosso do Sul, a combinação de rebanho de qualidade, posicionamento estratégico e forte demanda externa mantém o estado em posição privilegiada no cenário nacional, refletindo na liderança dos preços da arroba do boi gordo.
Fatores de sustentação
Os números refletem um mercado que enfrenta pressões localizadas, mas mantém fundamentos sólidos graças a:
- Demanda internacional robusta
- Exportações firmes para China e México
- Qualidade do rebanho brasileiro
- Posicionamento estratégico de estados como MS
O mercado do boi gordo continua demonstrando resiliência, com as exportações servindo como âncora de sustentação dos preços em um cenário de maior oferta doméstica. Para Mato Grosso do Sul, essa dinâmica se traduz em valores premium que consolidam a posição do estado como referência nacional no setor pecuário.
O mercado pecuário brasileiro mantém sua trajetória de crescimento nas exportações, com MS se destacando como líder em preços e qualidade no cenário nacional.