O ex-governador de Mato Grosso do Sul, Reinaldo Azambuja, que deixou oficialmente o PSDB no último dia 9 após três décadas de filiação, prepara um ato político de peso para marcar sua entrada no Partido Liberal (PL). A cerimônia está agendada para 21 de setembro e deve reunir boa parte das lideranças ligadas ao ex-presidente Jair Bolsonaro no Estado.
O ex-governador vem ampliando os convites para além das lideranças de mandato. Suplentes, ativistas de direita e integrantes da militância bolsonarista têm sido chamados a participar. Dois convites em especial chamaram atenção: o feito ao ex-deputado estadual Capitão Contar, ainda sem partido definido, mas considerado peça estratégica para reforçar a filiação; e ao ex-deputado federal Loester Trutis, o Tio Trutis. Prefeitos do PL eleitos em 2024, como Rodrigo Sacuno e Rodrigo Basso, também devem compor o palanque.
Apesar da movimentação, há resistências internas. Até o momento, apenas João Henrique Catan e Marcos Pollon se manifestaram abertamente contra a chegada de Azambuja ao PL. Outras lideranças preferiram adotar silêncio estratégico diante da nova configuração.
A guinada política do ex-governador ficou mais evidente no último 7 de setembro, quando passou a se posicionar de forma explícita em defesa de Jair Bolsonaro e dos condenados pelos atos de 8 de janeiro. Desde então, tem usado entrevistas e redes sociais para reforçar o alinhamento.
Na quarta-feira (11), após a condenação de Bolsonaro pelo STF a mais de 27 anos de prisão, Azambuja compartilhou em suas redes uma nota oficial do Partido Liberal, classificando a decisão como “uma das páginas mais sombrias da história política recente do país”.

Angela Schafer, de Campo Grande