A tradição queijeira de Minas Gerais foi celebrada no último sábado (13) durante a premiação do 18º Concurso Estadual dos Queijos Artesanais de Minas Gerais, realizada em Itanhandu durante o Festival Gastronômico “Aromas e Sabores”. As cidades de Araxá, Itamonte, Aiuruoca e São Roque de Minas se destacaram como berços dos melhores queijos artesanais do estado.
Rigorosa avaliação técnica
O concurso, promovido pelo governo estadual através da Emater, submeteu os queijos finalistas à avaliação de 32 jurados especializados. Os critérios de julgamento incluíram apresentação externa, cor, apresentação interna, consistência, aroma e sabor, garantindo uma seleção técnica e criteriosa dos melhores produtos.
Nova categoria reconhece diversidade produtiva
Este ano, o concurso inovou com a inclusão da categoria “Minas Artesanal de Casca Florida Natural”, reflexo da regulamentação recente pelo IMA (Instituto Mineiro de Agropecuária) deste tipo específico de queijo.
“O IMA regulamentou o Queijo Minas Artesanal de Casca Florida Natural e agora já existem estabelecimentos produtores desse tipo de queijo com registro em serviço de inspeção, então para atender esse público foi implementada a nova categoria”, explicou Fernanda Quadros, coordenadora técnica estadual da Emater.
Vencedores por categoria
Queijo Minas Artesanal: O queijo “Minerim”, produzido pela Fazenda Só Nata em Araxá, conquistou o primeiro lugar na categoria tradicional.
Queijo Minas Artesanal de Casca Florida Natural (maturação até 60 dias): O queijo “Pingo de Amor”, da Fazenda Campo Alegre Baixada do Rancho em São Roque de Minas, levou o troféu da nova categoria.
Queijos Artesanais de Alagoa e Mantiqueira de Minas – Maturação de 14 a 30 dias: A Queijaria “Capoeira Grande”, do Sítio Capoeira Grande em Itamonte, foi premiada nesta categoria.
Queijos Artesanais de Alagoa e Mantiqueira de Minas – Maturação acima de 50 dias: Os Produtos GOA, da Fazenda da Lage em Aiuruoca, se destacaram na categoria de maturação prolongada.
Queijos Artesanais de Alagoa e Mantiqueira de Minas – Com ingredientes opcionais ou defumados: O queijo “Ametista”, da Queijaria Velho Pitta do Sítio Manguara em Itamonte, conquistou esta especializada categoria.
Reconhecimento e apoio técnico
Além dos troféus para os cinco melhores de cada categoria, todos os produtores inscritos receberam certificado de participação e uma devolutiva técnica sobre o queijo avaliado, demonstrando o caráter educativo e de fomento do concurso.
Celebração da tradição familiar
A equipe da Fazenda Só Nata, vencedora da categoria principal, celebrou a conquista ressaltando o trabalho coletivo: “Esse prêmio é mais que um troféu: é a prova de que tradição, dedicação e amor à queijeira se transformam em sabor inesquecível.”
A mensagem destacou também o papel fundamental da Emater no apoio aos produtores rurais: “Deixamos aqui todo nosso carinho e admiração para a equipe da Emater que quando o assunto é extensão rural e fomento da atividade esse pessoal não mede esforços em estar do nosso lado.”
Patrimônio Cultural da Humanidade
O reconhecimento dos queijos premiados ganha ainda mais relevância após dezembro de 2024, quando os “modos de fazer o queijo minas artesanal” foram reconhecidos como Patrimônio Cultural Imaterial da Humanidade pela UNESCO. Esta foi a primeira vez que um produto de cultura alimentar brasileira entrou para a lista representativa da entidade.
Tradição que se renova
O 18º Concurso Estadual dos Queijos Artesanais de Minas Gerais demonstra como a tradição queijeira mineira continua evoluindo, incorporando novas técnicas e categorias sem perder suas características essenciais. A presença de cidades como Aiuruoca e Itamonte entre os vencedores reforça a diversidade e qualidade da produção artesanal em diferentes regiões do estado.
Fortalecimento do setor
A premiação não apenas celebra a excelência dos produtos, mas também fortalece toda a cadeia produtiva do queijo artesanal mineiro. O reconhecimento oficial contribui para a valorização dos produtores, a manutenção das tradições familiares e o desenvolvimento econômico das regiões produtoras.
O evento reafirma Minas Gerais como referência nacional na produção de queijos artesanais, consolidando um patrimônio cultural que combina tradição centenária com inovação técnica e qualidade reconhecida internacionalmente.
A premiação em Itanhandu celebra não apenas os melhores queijos, mas toda uma cultura produtiva que representa a identidade e a excelência gastronômica de Minas Gerais.