27/09/2025 06:45

Faltando um ano para as eleições de 2026, cenário eleitoral aponta desgaste no governo e indefinição no campo da direita

Enquanto o país vive uma tensão silenciosa nos bastidores da política, uma verdade começa a se impor: a direita precisa se organizar — e rápido.

Abril de 2025 marca o início de uma contagem regressiva decisiva para o futuro político do Brasil. Com pouco mais de um ano para as eleições gerais de 2026, o cenário ainda é dominado por incertezas na direita e um governo Lula desgastado, que enfrenta dificuldades para reagrupar sua base e consolidar uma candidatura forte à reeleição.

O prazo para filiações partidárias e desincompatibilizações — essenciais para quem pretende disputar cargos — se encerra em abril do ano que vem. Até lá, nomes precisarão sair das sombras e alianças terão de ser construídas. O atual presidente, Luiz Inácio Lula da Silva, até o momento indica que buscará um quarto mandato, mas enfrenta quedas de popularidade, pressões econômicas, e críticas internas por falta de articulação política com o centro.

No campo conservador, o grande impasse é Jair Bolsonaro. Ainda inelegível e sob julgamento no STF, o ex-presidente segue se apresentando como nome natural da oposição — o que freia a movimentação de outros potenciais candidatos como Tarcísio de Freitas, Ronaldo Caiado, Romeu Zema e Ratinho Jr., que aguardam uma definição clara de Bolsonaro para lançar seus próprios projetos.

Aliados próximos enxergam essa indefinição como prejudicial à direita. Para muitos, Bolsonaro poderia abrir caminho para um novo nome, enquanto atuaria nos bastidores para garantir uma base forte no Congresso e no Senado — casas onde poderá influenciar decisões estratégicas, inclusive sobre sua própria situação jurídica no futuro.

A movimentação nos bastidores é intensa. Siglas do chamado Centrão — como União Brasil, PSD, PP e Republicanos — têm sinalizado insatisfação com o governo, mesmo ocupando cargos na Esplanada. O recente apoio dessas legendas à tramitação do projeto de anistia aos envolvidos nos atos de 8 de janeiro foi interpretado como um sinal de distanciamento do Planalto.

Essa disputa pelo apoio do Centrão será decisiva em 2026. Enquanto Lula tenta ampliar sua base com reformas ministeriais que até agora não se concretizaram, a oposição já avança silenciosamente sobre essas siglas, oferecendo espaço e poder em uma eventual retomada do Executivo.

 Além da disputa presidencial, as eleições de 2026 renovam dois terços do Senado Federal, o que pode alterar profundamente o equilíbrio de forças entre Legislativo e Judiciário. A direita já trabalha para eleger uma bancada robusta, capaz de desafiar a atual composição do STF e influenciar de forma direta o futuro institucional do país.

Em resumo, o Brasil caminha para uma eleição marcada por reacomodações profundas, tanto na esquerda quanto na direita. Resta saber se os próximos meses trarão definições claras — ou se o jogo político seguirá travado até o último minuto.

Portal Alô Mídia
Fonte: Canal Rural