Após tarifas, frigoríficos de Mato Grosso do Sul interrompem produção destinada aos americanos  

Após o anúncio da taxação de 50% sobre as exportações brasileiras para os EUA, os Frigoríficos do Mato Grosso do Sul que produzem carne para o mercado americano estão interrompendo a produção destinada para lá. O presidente do Sindicato das Indústrias de Carne do Mato Grosso do Sul, Régis Comarella, informou a imprensa que os produtores “viraram a chave” e estão buscando desviar o excedente para China, Chile e países da África, como a Argélia.

“Os frigoríficos pararam de produzir produtos para os Estados Unidos, com rotulagem para o mercado americano, até que haja solução para voltar ao normal. Eles diminuíram um pouco a escala e os abates para não ficar com estoque alto”, relatou o presidente do Sicadems na última terça-feira, dia (15).

“Com certeza a tarifa inviabiliza o comércio com os EUA, já que o Brasil já é taxado por eles com mais 50% não há condições de honrar os contratos existentes, pois o prejuízo é muito para as empresas”, ressaltou.

Em Mato Grosso do Sul, quatro dos frigoríficos que atuam no estado são habilitados para enviar suas carnes aos EUA, que são o Naturafrig, JBS, Minerva e Iguatemi.

Em 2024, os Estados Unidos foram o segundo maior mercado para a carne sul-mato-grossense, enviando US$ 215 milhões de dólares em produtos aos EUA. Um impacto que Comarella diz que virá “com certeza” é o da queda no preço do arroba do boi, não só no estado, “mas em nível Brasil”, por conta do excedente de produtos que devem ficar estacionados por aqui.

Como alternativas para mitigar o impacto da tarifa dos EUA, o presidente do Sicadems lista três caminhos:

“Primeiramente, é tentar que a aplicação da taxa seja prorrogada mais para frente, para que dê tempo dessa carne que está embarcada chegar até o destino, fugindo da taxa. Segundo, é dialogar para que se tenha um resultado positivo. Terceiro, ir atrás de novos contratos com outros países que não tenham essa taxa.”

Angela Schafer, de Campo Grande