O governo federal lançou nesta semana o Programa Nacional de Redução de Agrotóxicos (Pronara), uma iniciativa voltada a promover uma transição gradual e estruturada para práticas agrícolas mais sustentáveis no Brasil. O anúncio foi feito na segunda-feira (30), durante a cerimônia do lançamento do Plano Safra da Agricultura Familiar 2025/2026, que contou com a presença do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e da ministra do Meio Ambiente, Marina Silva.
O Pronara tem como principal objetivo reduzir o uso de agrotóxicos altamente perigosos, tanto para o meio ambiente quanto para a saúde humana. A iniciativa prevê uma série de ações coordenadas que visam não apenas mitigar os riscos do uso excessivo de agroquímicos, mas também apoiar produtores na transição para modelos agroecológicos e mais sustentáveis de cultivo.
O que o Pronara oferece:
- Apoio técnico e financeiro aos produtores;
- Monitoramento de resíduos de agrotóxicos em alimentos, água e solo;
- Incentivo ao uso de bioinsumos e alternativas naturais;
- Fomento à pesquisa científica e à inovação tecnológica no campo.
Segundo Marina Silva, o programa reforça a convicção de que é possível unir produção agrícola, conservação ambiental e desenvolvimento social. “O programa demonstra que é possível produzir alimentos em harmonia com o meio ambiente e impulsionar o desenvolvimento agrícola rumo a um novo ciclo de prosperidade em que ninguém fique para trás”, afirmou a ministra.
A ação está vinculada à Política Nacional de Agroecologia e Produção Orgânica (Pnapo), instituída em 2012, e ao 3º Plano Nacional de Agroecologia e Produção Orgânica (Planapo), que orientam políticas públicas de transição agroecológica.
Plano Safra 2025/2026: incentivo à produção e à sustentabilidade
Junto ao Pronara, o governo lançou também o novo Plano Safra da Agricultura Familiar 2025/2026, com um montante de R$ 78,2 bilhões em financiamentos voltados a pequenos produtores, por meio do Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf). Os juros variam de 0,5% a 8% ao ano, dependendo da linha de crédito e do perfil do beneficiário.
O pacote completo do plano deve movimentar cerca de R$ 89 bilhões, incluindo crédito rural, garantia de preços mínimos, seguro agrícola, compras públicas e assistência técnica. A iniciativa busca garantir a produção de alimentos e fortalecer a agricultura familiar, responsável por grande parte do que chega à mesa do brasileiro.
Na terça-feira (1º), foi a vez do governo apresentar o Plano Safra voltado à agricultura empresarial, com R$ 516,2 bilhões em crédito rural para médios e grandes produtores. O valor representa um aumento de R$ 8 bilhões em relação ao ciclo anterior (2024/2025), que destinou R$ 508,59 bilhões ao setor.
Uma das novidades mantidas neste ciclo é a concessão de incentivos financeiros para quem adotar práticas agrícolas sustentáveis. Produtores que investirem em reflorestamento, cultivo de plantas de cobertura e conservação do solo, por exemplo, poderão acessar linhas de crédito com taxas de juros reduzidas e condições facilitadas.