Setembro é mês de conscientização pela vida. A campanha Setembro Amarelo acende o alerta para a prevenção ao suicídio, mas também traz à tona um debate cada vez mais urgente: a saúde mental no ambiente de trabalho. A Síndrome de Burnout, ou Síndrome do Esgotamento Profissional, já deixou marcas visíveis em Mato Grosso do Sul. Em 2024, o Ministério do Trabalho e Emprego registrou 72 concessões de auxílios-doença no estado em decorrência desse distúrbio.
Reconhecida pela Organização Mundial da Saúde (OMS) desde 2022 como um fenômeno ocupacional, a síndrome é fruto direto das condições de trabalho. Exaustão extrema, estresse crônico e esgotamento físico são sintomas que afetam, sobretudo, quem atua sob pressão constante em ambientes competitivos e de alta demanda.
Mais do que saúde: um tema de direitos
O impacto do Burnout vai além do emocional. Ele também alcança o campo jurídico e previdenciário. A advogada Kelly Luiza Ferreira do Valle, especialista em Direito do Trabalho e Previdenciário, explica:
“O trabalhador diagnosticado com Burnout pode requerer o auxílio-doença junto ao INSS, desde que haja comprovação médica da incapacidade laboral. Quando o afastamento ultrapassa 15 dias, o benefício deve ser acionado. Se ficar comprovada a ligação com o ambiente de trabalho, o caso é tratado como auxílio-doença acidentário, garantindo, entre outros direitos, estabilidade de 12 meses após o retorno”, esclarece.
Em situações mais graves, quando não há possibilidade de retomada das atividades, pode ser concedida a aposentadoria por invalidez, hoje chamada de benefício por incapacidade permanente.
Sinais de alerta que não podem ser ignorados
O Burnout costuma se manifestar de maneira silenciosa, até que o corpo e a mente gritem ao mesmo tempo. Entre os principais sintomas estão:
• cansaço físico e mental constante
• irritabilidade, ansiedade e dificuldade de concentração
• insônia ou sono não reparador
• queda de produtividade e desmotivação
• dores de cabeça, musculares e problemas gastrointestinais
E agora, o que fazer?
O caminho começa no cuidado com a saúde: buscar atendimento médico especializado (psiquiatra ou psicólogo), registrar laudos e exames, e comunicar ao empregador caso o afastamento ultrapasse 15 dias. O pedido de auxílio-doença deve ser feito ao INSS, e, se houver relação com o trabalho, é essencial pleitear o reconhecimento como acidentário para garantir proteção ampliada. Nesse processo, o apoio jurídico especializado faz toda a diferença.
Quem é a Dra. Kelly?
Com quase 20 anos de experiência, Kelly Luiza Ferreira do Valle é fundadora do escritório Ferreira do Valle Advogados, em Campo Grande (MS), e referência em Direito do Trabalho e Previdenciário. Seu escritório, com 12 anos de atuação, atende clientes no Brasil e no exterior, oferecendo um atendimento estratégico e humanizado. Bacharel em Direito pela UFMS e pós-graduada em Direito do Trabalho e Previdenciário, Kelly alia experiência prática a uma abordagem acessível, tornando-se fonte valiosa para pautas que envolvem os direitos dos trabalhadores.
Cuidar da mente também é direito
Mais do que um problema individual, o Burnout expõe a necessidade de um pacto coletivo entre trabalhadores, empregadores e o Estado. Afinal, saúde mental não é luxo, é direito. E o Setembro Amarelo reforça: pedir ajuda e garantir seus direitos pode salvar não apenas a carreira, mas a vida.
Redação MS/Informações: Assessoria de Comunicação