A nova febre gastronômica do Brasil tem nome e cor vibrante: morango do amor. Inspirado na tradicional maçã do amor, o doce ganhou um toque moderno ao unir a fruta fresca a uma calda vermelha crocante e recheio de brigadeiro branco. A receita viralizou nas redes sociais e se tornou um dos pedidos mais populares em feiras, confeitarias e eventos por todo o país.
O sucesso impactou diretamente a produção de morangos, especialmente em Minas Gerais, que lidera o cultivo da fruta. Produtores comemoram a alta demanda e a valorização dos preços, um cenário atípico para este período do ano.
Segundo a Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Minas Gerais (Faemg), a procura por morangos graúdos — ideais para o doce — disparou. Em Santos Dumont, na Zona da Mata, a agricultora Julimeire Santos percebeu uma mudança no perfil da demanda:
“Antes, o pessoal comprava morangos menores, para bombons ou tortas. Agora só pedem os grandes, próprios para o morango do amor”, conta.
A caixa com 12 unidades, que custava R$ 10, já está sendo vendida por R$ 15 — e a procura continua crescente.
Em Alfredo Vasconcelos, município conhecido como “terra do morango”, o produtor Rodolfo Silva entrega cerca de 2 mil caixas por semana no Ceasa de Belo Horizonte.
“Cheguei a vender por R$ 12. Agora, com a demanda forte, estamos entre R$ 25 e R$ 30 a caixa”, afirma.
O produtor destaca que o clima colaborou: menos umidade e ausência de geadas resultaram em morangos mais bonitos, resistentes e adequados para o mercado.
Normalmente, a chegada da colheita no Sul de Minas provoca queda nos preços. Mas, de acordo com Renata Viol, técnica do Programa de Assistência Técnica e Gerencial (ATeG) do Sistema Faemg Senar, o cenário atual é diferente:
“Neste ano, tivemos uma valorização que surpreendeu. Isso tem sido ótimo para os produtores assistidos”, avalia.
A expectativa é que a demanda se mantenha aquecida até o auge da colheita, em setembro e outubro, impulsionada pela popularidade do doce nas redes sociais.
Com a tendência do “morango do amor” em alta, a fruta deve seguir como protagonista nas bancas e nas vitrines das confeitarias pelos próximos meses.