No dia 25 deste mês, a VW apresentará de vez o Tera, um SUV compacto posicionado abaixo de Nivus e T-Cross. De cara, ele enfrentará Renault Kardian e Fiat Pulse, mas o mercado terá mais modelos deste segmento, sendo um importante da Chevrolet, que já anunciou investimento para a sua produção em Gravataí (RS).
O novo modelo será um dos frutos do investimento de R$ 7 bilhões para o ciclo de 2024 a 2028, anunciado em 2024. Deste montante, a marca destinará R$ 1,2 bilhão para modernizar a linha dos compactos e na adição de um modelo “inédito”, o SUV baseado no Onix.
Mais rentável, essa categoria vem ganhando espaço e aproveitando a lacuna existente abaixo dos SUVs compactos tradicionais, que acabaram crescendo e ficando mais caros, e longe de uma boa fatia de compradores.
Entre Onix e Tracker
Para entender o posicionamento deste novo modelo, basta olhar para a concorrência que já está disponível no mercado. Temos o Fiat Pulse, que parte de R$ 116.990 na versão 1.3 Drive CVT e chega aos R$ 152.990 na esportiva Abarth, com motor 1.3 T270. Na Renault, o Kardian com motor 1.0 Turbo e câmbio manual parte de R$ 112.690 na versão Evolution e vai até R$ 145.990 na topo de linha, Première Edition. O Volkswagen Tera 2026 também se posicionará nessa faixa de preço, tendo versões tanto com motor 1.0 MPI aspirado como as com motor 1.0 TSI 170. O próprio Polo já perdeu versões para encaixar a novidade.
Com os concorrentes estabelecidos, o novo SUV de entrada da Chevrolet não se diferenciará muito em preço de seus concorrentes e, se seguir o Tera, pode brigar – ou até substituir – versões mais topo do Onix. Nas medidas, o hatch tem 4.163 mm de comprimento e 2.551 mm entre os eixos e o Tracker, 4.270 mm de comprimento, sendo 2.570 mm de entre-eixos, então podemos esperar algo entre os dois no novo SUV.
Seu visual deve seguir a nova linguagem da GM, já presente nos atuais SUVs da marca, como o Blazer EV e o Equinox a combustão, com faróis divididos e grade mais pronunciada. Assim como seus concorrentes, não será surpresa se utilizar portas e teto do Onix, por exemplo, com diferenças na dianteira, traseira e a adoção de apliques nos paralamas.
No parte do interior, receberá painel digital integrado ao multimídia, como já acontece em S10/Trailblazer e na minivan Spin. Na tecnologia, muito do que está no Tracker, Montana e Spin também devem ter espaço no novo SUV. Diferente do Onix, que não conta com alerta de colisão com frenagem automática e alerta de saída de faixas, o novo carro deve oferecer recursos de assistência ao menos em versões de topo.
Para o novo SUV, a Chevrolet deve aplicar o motor 1.0 turbo, atualizado com injeção direta e já no Tracker, com 116/121 cv e 18,9 kgfm, com a possível eletrificação prometida pela marca há alguns meses e, até então, escondida em testes.
Onix e Tracker reestilizados chegam primeiro
De toda forma, quem chegará primeiro ao mercado são as reestilizações da família Onix e do Tracker. Os modelos, ainda com camuflagem, começaram a aparecer nas ruas em setembro do ano passado. Para carros da Chevrolet, a rodagem em vias pública significa que os passos de desenvolvimento do carro estão nas fases finais.
Para quem não se lembra, tanto o hatch quanto o sedã foram renovados pela última vez em 2019, alinhando a linha brasileira com os compactos oferecidos pela marca na China, naquela época. Nos 5 anos seguintes, os modelos tiveram poucas mudanças, tendo praticamente mudanças de cores e em rodas/calotas.
É um tempo considerável, principalmente se lembrarmos que nesse meio tempo o HB20 recebeu sua segunda geração e uma atualização de meia vida em 2023. O Volkswagen Polo recebeu um facelift em 2022, as francesas Citroën e Peugeot passaram a fazer parte do grupo Stellantis e ganharam novo posicionamento e mecânica para a linha C3 e 2008 e, por fim, a conterrânea Ford deixou de lado a linha Ka e Fiesta para focar em modelos mais refinados.
Além do novo visual, a família de compactos também ganhará o novo interior com painel digital e, para suprir o fim de Cruze e Cruze Sport6, podem ganhar melhorias pontuais em acabamentos e itens de comodidade.
O Tracker deverá mudar mais para se distanciar do novo SUV e brigar na parte de cima do segmento de compactos, onde atuam Honda HR-V e Volkswagen T-Cross. Diferente do atual, que nasceu em desenvolvimento conjunto com a filial chinesa da marca, o modelo reestilizado terá uma identidade local.
Com a proposta de passar maior robustez, o SUV entrará na moda dos faróis divididos, com as luzes diurnas na parte superior, próxima ao capô, e o real projetor de luz mais abaixo, onde se concentrará luz baixa e alta. A terceira parte, ainda mais abaixo, abrigará os faróis de neblina.