Dominante em MS, PCC se alastra em 28 países, com 2 mil integrantes pelo mundo

No total, foram identificados 2.078 integrantes do PCC, entre faccionados presos e soltos
Pichação no distrito de Anhanduí com a sigla e o número que remete ao PCC: 15.3.3 (Foto/Arquivo)

Paraguai, Venezuela, Bolívia e Uruguai estão entre os países com mais integrantes do PCC (Primeiro Comando da Capital), segundo mapeamento feito pelo MPSP (Ministério Público de São Paulo), que identificou faccionados em 28 países. Na Europa, o maior número de integrantes foi identificado em Portugal.

No total, foram identificados 2.078 integrantes do PCC, entre faccionados presos e soltos. Em alguns países, foi encontrado um integrante, como na Alemanha, Equador, Guiana Francesa, Líbano, Sérvia e Turquia.

Mas, a maioria, se concentra em países latino-americanos, encabeçado pelo Paraguai, com 699 faccionados, sendo 341 presos e 358 soltos; Venezuela, com 656 integrantes, sendo 417 presos e 239 soltos, Bolívia, com 140 membros do PCC, sendo 75 presos e 71 soltos e Uruguai, com 140 faccionados, sendo 96 presos e 44 soltos.

Nos 28 países mapeados, foram identificados 1.092 integrantes do PCC presos e 986 soltos, totalizando 2.078 faccionados. Incluindo o Brasil, estima-se que o PCC tem 40 mil integrantes.

Os dados foram repassados ao Campo Grande News pelo MPSP. Segundo o G1, o relatório tem sido apresentado a embaixadas e consulados fora do país para cooperação internacional no combate a crimes transnacionais em pelo menos quatro continentes.

O mapeamento foi realizado a partir do monitoramento das lideranças denominadas “Sintonia dos Estados” e “Sintonia dos Países”, responsáveis pelo desenvolvimento do PCC fora do Brasil, além de análise da quebra dos sigilos telefônico e telemático de investigado. O rastreamento também e envolveu troca de informações com autoridades estrangeiras.

Além da atuação em diferentes regiões do Brasil, o que mais preocupa autoridades nacionais e internacionais é a estratégia do PCC de estabelecer presença permanente em outros países. Integrantes da facção criminosa paulista não apenas viajam com frequência ao exterior, mas também fixam residência em territórios estrangeiros, onde buscam se infiltrar em sistemas prisionais locais — uma tática que se tornou característica recorrente do grupo.

A presença do PCC no Paraguai e na Bolívia é notória e influencia na criminalidade em Mato Grosso do Sul, estado que é passagem para o narcotráfico e contrabando de armas, munições, cigarros e eletrônicos, “áreas de atuação” do crime organizado. A facção é dominante no Estado, embora também tenha forte presença do CV (Comando Vermelho), que promovem guerra e disputa pelo território.

Os líderes do PCC em MS, segundo já divulgado no Campo Grande News, fazem parte do grupo dos “Linha Vermelha”, e estão na segunda posição hierárquica, abaixo apenas dos “Cidade Proibida”, formada pelos mais antigos, como Marcos Williams Herbas Camacho, o Marcola.

Fonte: Silvia Frias/Campo Grande News

Foto/Arquivo