O governador Eduardo Riedel abriu na última quarta-feira (3), em Campo Grande, a Rodada de Negócios Brasil–Chile 2025, reforçando a parceria estratégica entre Mato Grosso do Sul e o país vizinho. O encontro, sediado na Fiems (Federação das Indústrias de MS), busca ampliar a integração comercial e logística, pavimentando o caminho para novos negócios que ganharão ainda mais fôlego com a consolidação da Rota Bioceânica.
O evento dá continuidade ao Fórum Empresarial Brasil–Chile, realizado em abril em Brasília, e reúne autoridades, empresários e representantes dos setores produtivos dos dois países. O objetivo é construir pontes estratégicas, identificar sinergias entre diferentes cadeias produtivas e abrir espaço para acordos bilaterais que fortalecem a cooperação regional.
Ao discursar, Riedel destacou o impacto que a rota terá sobre o comércio. Em 2024, Mato Grosso do Sul exportou US$ 210 milhões ao Chile e importou US$ 197 milhões, movimentação ainda concentrada em poucos produtos. “É um comércio equilibrado, mas limitado. A rota vai mudar esse cenário. Nosso compromisso é apoiar as iniciativas que gerem resultados concretos. Este projeto vem sendo sonhado e construído há gerações, e agora está cada vez mais próximo da realidade”, afirmou.
O governador também lembrou a contribuição de empresas chilenas em projetos estratégicos no Estado. A Arauco lidera o maior investimento em andamento em MS, em Inocência, transformando a região. Já a Sonda implantou a maior rede de fibra ótica e digitalização de processos do Estado, consolidando a infraestrutura digital sul-mato-grossense.
A ministra do Planejamento, Simone Tebet, ressaltou que a Rota Bioceânica representa uma virada para o desenvolvimento da região e do continente. “É uma obra que vai gerar empregos, ampliar o PIB e abrir novas oportunidades de negócios não só para Brasil e Chile, mas para toda a América do Sul”, disse.
Na mesma linha, o ministro da Economia, Fomento e Turismo do Chile, Álvaro García, destacou a relevância das rodadas de negócios. “São encontros que aceleram projetos e transformam sonhos de muitos anos em ações concretas”, afirmou.
Negócios em movimento
A rodada reúne cerca de 90 empresas, organizadas em reuniões temáticas, painéis empresariais e mesas institucionais. O formato foi pensado para garantir encontros entre empresas com interesses convergentes, em setores considerados estratégicos, como transporte e logística, energias renováveis, mineração, turismo, indústria de valor agregado e comércio exterior.
A programação prevê reuniões dinâmicas, com intérpretes bilíngues e agendas personalizadas para cada participante. A ideia é potencializar o intercâmbio empresarial e transformar o diálogo em resultados objetivos.
Para o presidente da Fiems, Sérgio Longen, a Rota Bioceânica será determinante para o futuro da economia regional. “O Chile será a porta de entrada dos nossos produtos rumo à Ásia. Estamos criando as ferramentas para isso hoje, mas precisamos também enfrentar os gargalos da burocracia, que não pode comprometer esse avanço”, defendeu.
Com os olhos voltados para o Pacífico, Mato Grosso do Sul e Chile caminham lado a lado na construção de uma rota que promete encurtar distâncias, abrir mercados e consolidar uma nova era de integração continental.
Angela Schafer, de Campo Grande