Mercado do trigo segue lento no Sul, com estabilidade em Santa Catarina

Negociações se concentram para setembro; moinhos operam com estoques reduzidos

O mercado de trigo no Rio Grande do Sul permanece com ritmo lento, registrando compras pontuais para embarques em agosto e maior volume de negociações concentrado para setembro, segundo análise da TF Agroeconômica.

As ofertas variam conforme qualidade, localização e condições de pagamento. Trigos que substituem o argentino alcançam até R$ 1.380,00 no interior, mas são escassos. Na maioria dos casos, as indicações giram em torno de R$ 1.380,00 posto em Porto Alegre, Canoas e Serra e R$ 1.350,00 no centro do estado. Negócios pontuais ocorrem a R$ 1.300,00 para trigo de qualidade média.

A exportação voltou a registrar movimento, com 8 mil toneladas negociadas para dezembro a R$ 1.300,00 sobre rodas no porto, com cláusula prevendo possível deságio de 20% para trigo de ração.

No mercado interno, moinhos relatam margens apertadas e indicam que os estoques atuais cobrem a demanda até a nova safra. Em Panambi, o preço ao produtor permaneceu em R$ 70,00/saca.

Santa Catarina: estabilidade e atenção à nova safra

Em Santa Catarina, o cenário é de estabilidade. Os moinhos consomem estoques e compram apenas o necessário. A oferta de trigo gaúcho pressiona os preços, que variam entre R$ 1.330,00 e R$ 1.360,00 FOB.

A nova safra ainda não tem preços definidos, e a venda de sementes apresenta queda de 20% em relação ao ano anterior. A CONAB projeta redução de 6,3% na produção catarinense, mesmo com aumento de 2% na área plantada.

Paraná: mercado cauteloso e dólar pressionando importações

No Paraná, o mercado está mais cauteloso. O trigo de qualidade superior alcança até R$ 1.450,00 CIF no moinho, com ofertas FOB a R$ 1.500,00.

A valorização do dólar encarece o trigo importado, cotado a US$ 272 posto em Paranaguá. Os preços médios pagos aos produtores recuaram 0,16% na semana, para R$ 77,07/saca. Com o custo de produção em R$ 72,89, a margem de lucro subiu para 5,73%.

O mercado do trigo no Sul segue atento à movimentação cambial, ao ritmo das exportações e à proximidade da nova safra, fatores que podem alterar os preços e o fluxo de negócios nos próximos meses.