Mais de 4 mil migrantes de 30 nacionalidades já foram beneficiados em Mato Grosso do Sul pelo UEMS Acolhe — programa da Universidade Estadual de MS que promove acolhimento linguístico, humanitário e educacional a estrangeiros. Desde 2017, a iniciativa tem sido referência nacional ao oferecer cursos gratuitos de “Português para Migrantes Internacionais – Módulo Acolhimento”, auxiliando imigrantes a reconstruírem suas vidas no Brasil.
Com polos em Campo Grande, Dourados, Nova Andradina e Cassilândia, o programa atende atualmente 400 alunos com apoio de 150 colaboradores. A maioria dos beneficiados tem entre 16 e 70 anos e vem de países como Venezuela, Haiti, Colômbia, Cuba, Senegal e Egito.
O coordenador do projeto, professor Dr. João Fábio Sanches, afirma que a expectativa é de crescimento:
“Temos como previsão a ampliação das turmas, das cidades atendidas pelo projeto, como também a ampliação de atividades programáticas.”
Duas novas turmas na modalidade EAD estão sendo lançadas em parceria com a corporação Taparacá, do Chile, ampliando o ensino de português como língua adicional. Também há planos de estender as ações para Sidrolândia, Ribas do Rio Pardo e outros municípios.
Parcerias ampliam atendimento e acesso a emprego
Uma das inovações mais recentes do programa é a criação da Sala do Migrante, em Campo Grande, resultado da parceria com o Canal do Trabalho e Emprego. A sala oferece orientação sobre regularização migratória e encaminhamento para vagas de trabalho.
“É uma iniciativa bacana que tivemos este semestre e que continuaremos para os próximos anos”, reforça Sanches.
Um novo polo está prestes a ser inaugurado em parceria com a Fundação Social do Trabalho (Funsat), oferecendo aulas de português em locais que os migrantes já frequentam, como agências de emprego.
“Estamos conseguindo, ao longo do tempo, amarrar todas as nossas ações para promover cada vez mais a integração da comunidade migrante à sociedade sul-mato-grossense”, completa.
Moda e inclusão: projeto capacita mulheres imigrantes em Nova Andradina
Além do ensino de português, o programa fomenta projetos de geração de renda e valorização cultural. É o caso do Ateliê da Moda Brasil/Haiti/Venezuela, em Nova Andradina, que capacita mulheres brasileiras, haitianas e venezuelanas em situação de vulnerabilidade.
Coordenado pela professora Ma. Mônica Aparecida Matos, o projeto oferece oficinas de costura profissionalizante com foco na inclusão produtiva. Um diferencial é o uso de materiais sustentáveis — como sacos de ração e banners usados — para a confecção de Ecobags e aventais.
Desde agosto de 2023, 35 mulheres já participaram do projeto. Todos os sábados, das 14h às 17h, o Parque Industrial FINOVA se transforma em um espaço de aprendizado, criatividade e empoderamento feminino.
Histórias como a de Priscila, Cleo e Maria Aparecida revelam o impacto direto do projeto na renda e autoestima das participantes. Elas confeccionam desde acessórios a roupas e uniformes, com vendas em feiras e eventos como o MS+ Criativo, o Vet Animal Fest e workshops acadêmicos.
A próxima etapa, que começa em julho, prevê a introdução ao corte e costura de roupas — como blusas, saias e vestidos — e a realização de um desfile de Moda Sustentável até dezembro. As peças serão produzidas com tecidos tingidos com tintas orgânicas, mantendo o foco na sustentabilidade.
Para manter a produção, uma campanha de arrecadação de materiais foi lançada durante a Semana do Meio Ambiente, com cinco ECOpontos de Coleta em Nova Andradina. O slogan resume o espírito do projeto:
“Evite descartar sacos de ração, DOE e TRANSFORME vidas!”
Fonte: Alô Mídia/Campo Grande News
Texto: Angela Schafer com informações da Assessoria de Comunicação UEMS
Foto: DCS/UEMS