27/09/2025 02:36

Tradição mineira premiada: queijos artesanais de Aiuruoca e Itamonte figuram entre os melhores do estado

18º Concurso Estadual destaca excelência da produção artesanal em cinco categorias, incluindo nova modalidade de casca florida natural

A tradição queijeira de Minas Gerais foi celebrada no último sábado (13) durante a premiação do 18º Concurso Estadual dos Queijos Artesanais de Minas Gerais, realizada em Itanhandu durante o Festival Gastronômico “Aromas e Sabores”. As cidades de Araxá, Itamonte, Aiuruoca e São Roque de Minas se destacaram como berços dos melhores queijos artesanais do estado.

Rigorosa avaliação técnica

O concurso, promovido pelo governo estadual através da Emater, submeteu os queijos finalistas à avaliação de 32 jurados especializados. Os critérios de julgamento incluíram apresentação externa, cor, apresentação interna, consistência, aroma e sabor, garantindo uma seleção técnica e criteriosa dos melhores produtos.

Nova categoria reconhece diversidade produtiva

Este ano, o concurso inovou com a inclusão da categoria “Minas Artesanal de Casca Florida Natural”, reflexo da regulamentação recente pelo IMA (Instituto Mineiro de Agropecuária) deste tipo específico de queijo.

“O IMA regulamentou o Queijo Minas Artesanal de Casca Florida Natural e agora já existem estabelecimentos produtores desse tipo de queijo com registro em serviço de inspeção, então para atender esse público foi implementada a nova categoria”, explicou Fernanda Quadros, coordenadora técnica estadual da Emater.

Vencedores por categoria

Queijo Minas Artesanal: O queijo “Minerim”, produzido pela Fazenda Só Nata em Araxá, conquistou o primeiro lugar na categoria tradicional.

Queijo Minas Artesanal de Casca Florida Natural (maturação até 60 dias): O queijo “Pingo de Amor”, da Fazenda Campo Alegre Baixada do Rancho em São Roque de Minas, levou o troféu da nova categoria.

Queijos Artesanais de Alagoa e Mantiqueira de Minas – Maturação de 14 a 30 dias: A Queijaria “Capoeira Grande”, do Sítio Capoeira Grande em Itamonte, foi premiada nesta categoria.

Queijos Artesanais de Alagoa e Mantiqueira de Minas – Maturação acima de 50 dias: Os Produtos GOA, da Fazenda da Lage em Aiuruoca, se destacaram na categoria de maturação prolongada.

Queijos Artesanais de Alagoa e Mantiqueira de Minas – Com ingredientes opcionais ou defumados: O queijo “Ametista”, da Queijaria Velho Pitta do Sítio Manguara em Itamonte, conquistou esta especializada categoria.

Reconhecimento e apoio técnico

Além dos troféus para os cinco melhores de cada categoria, todos os produtores inscritos receberam certificado de participação e uma devolutiva técnica sobre o queijo avaliado, demonstrando o caráter educativo e de fomento do concurso.

Celebração da tradição familiar

A equipe da Fazenda Só Nata, vencedora da categoria principal, celebrou a conquista ressaltando o trabalho coletivo: “Esse prêmio é mais que um troféu: é a prova de que tradição, dedicação e amor à queijeira se transformam em sabor inesquecível.”

A mensagem destacou também o papel fundamental da Emater no apoio aos produtores rurais: “Deixamos aqui todo nosso carinho e admiração para a equipe da Emater que quando o assunto é extensão rural e fomento da atividade esse pessoal não mede esforços em estar do nosso lado.”

Patrimônio Cultural da Humanidade

O reconhecimento dos queijos premiados ganha ainda mais relevância após dezembro de 2024, quando os “modos de fazer o queijo minas artesanal” foram reconhecidos como Patrimônio Cultural Imaterial da Humanidade pela UNESCO. Esta foi a primeira vez que um produto de cultura alimentar brasileira entrou para a lista representativa da entidade.

Tradição que se renova

O 18º Concurso Estadual dos Queijos Artesanais de Minas Gerais demonstra como a tradição queijeira mineira continua evoluindo, incorporando novas técnicas e categorias sem perder suas características essenciais. A presença de cidades como Aiuruoca e Itamonte entre os vencedores reforça a diversidade e qualidade da produção artesanal em diferentes regiões do estado.

Fortalecimento do setor

A premiação não apenas celebra a excelência dos produtos, mas também fortalece toda a cadeia produtiva do queijo artesanal mineiro. O reconhecimento oficial contribui para a valorização dos produtores, a manutenção das tradições familiares e o desenvolvimento econômico das regiões produtoras.

O evento reafirma Minas Gerais como referência nacional na produção de queijos artesanais, consolidando um patrimônio cultural que combina tradição centenária com inovação técnica e qualidade reconhecida internacionalmente.

A premiação em Itanhandu celebra não apenas os melhores queijos, mas toda uma cultura produtiva que representa a identidade e a excelência gastronômica de Minas Gerais.