Uma cultura antiga com futuro promissor
Em tempos de busca por soluções viáveis e sustentáveis no agronegócio, o urucum (ou Bixa orellana) reaparece como uma cultura estratégica e cheia de possibilidades. Tradicional entre os povos indígenas e valorizado hoje pelas indústrias alimentícia, cosmética e farmacêutica, esse pequeno arbusto de sementes vermelhas vem ganhando espaço entre os produtores que desejam diversificar suas lavouras e garantir estabilidade de renda.
Com presença crescente em estados como Tocantins, Mato Grosso do Sul e Paraná, o urucum chama atenção por sua adaptabilidade a diferentes solos e climas, além do baixo custo de produção. Não à toa, cidades como Nova Olinda (TO) já registram bons resultados e colheitas promissoras.

Por que investir no urucum?
- Custo baixo e manejo simples: após o plantio e o período de adaptação, o urucum exige pouca mão de obra e insumos.
- Planta perene: garante colheitas por vários anos com manutenção reduzida.
- Mercado em expansão: há alta demanda por corantes naturais como bixina e norbixina, presentes nas sementes.
- Aplicações diversas: do tempero caseiro à indústria de batons, queijos e tecidos.
Além disso, o urucum não concorre diretamente com culturas tradicionais como soja ou milho, podendo ser uma excelente opção de diversificação em pequenas propriedades ou em sistemas agroflorestais.
Da roça à indústria: como vender o urucum
O produtor pode escolher entre três caminhos principais para comercializar o urucum:
- Venda das sementes in natura, direto para beneficiadoras.
- Produção de colorau artesanal, com agregação de valor direto na propriedade.
- Fornecimento para a indústria, que utiliza o extrato na produção de alimentos, cosméticos e até protetores solares.
A certificação orgânica ou de procedência regional também pode abrir portas para mercados premium, aumentando a rentabilidade. Além disso, feiras locais, restaurantes e pequenos comércios são excelentes canais de venda direta.
Um mercado que só cresce
A tendência mundial de substituição de corantes sintéticos por alternativas naturais é um dos principais impulsionadores do mercado do urucum. Países como Estados Unidos e Japão têm aumentado a demanda por bixina natural, colocando o Brasil como um dos principais fornecedores globais.
O Sebrae e a Agraer-MS já investem em treinamentos e assistência técnica para fomentar o cultivo, consolidando o urucum como uma aposta inteligente e rentável para o futuro do campo brasileiro.