O setor de máquinas agrícolas vive um momento de alerta. Após registrar uma queda de 20% nas vendas em 2024, representantes da indústria avaliam que a retomada plena do setor só deve acontecer em 2027 — isso se houver condições mínimas de estabilidade econômica e política até lá.
Os dados foram apresentados durante a Agrishow 2025, maior feira do agronegócio da América Latina, realizada em Ribeirão Preto (SP).
Segundo empresários e entidades do setor, a retração nas vendas foi provocada por um conjunto de fatores:
- Crédito rural escasso e atrasado;
- Altas taxas de juros;
- Incertezas na liberação do Plano Safra;
- E a falta de previsibilidade por parte do governo federal.
Em resumo: o produtor quer investir, mas não tem segurança para isso.
Representantes do setor acreditam que a recuperação acontecerá de forma gradual, com avanços esperados apenas a partir do segundo semestre de 2026, com uma retomada mais sólida prevista para 2027.
Para isso, será necessário:
- Reforço no crédito com juros acessíveis;
- Apoio à indústria nacional;
- Incentivos à modernização tecnológica no campo.
Enquanto o produtor luta para manter a produtividade, o governo segue falhando em garantir os meios para que o agro cresça com autonomia e inovação.
As máquinas paradas nos pátios refletem uma verdade silenciosa: sem política séria, o campo para. E com ele, para o Brasil.